terça-feira, 20 de agosto de 2013

Prevenindo das lesões no tênis




A incidência e prevalência de lesões pode variar consideravelmente devido às diferentes definições para lesão, idade do grupo estudado, ou até mesmo pelo nível do praticante (recreativo, amador, profissional).

Em atletas de alto rendimento com idade inferior a 18 anos, a taxa de lesões varia de dois a 20 a cada 1.000 horas de prática do esporte. Quando considerados todos os níveis de atletas, a incidência de lesões é de três por 1.000 horas de prática, levando-nos a acreditar que atletas mais jovens sofrem mais lesões do que os que praticam há mais tempo o esporte devido à baixa experiência.

LOCALIZAÇÃO DAS LESÕES

A maioria das lesões acontece em membros inferiores (entre 31% e 67%), seguido pelos membros superiores (20% – 49%) e por último, o tronco (3% – 21%). As regiões mais atingidas dos membros inferiores foram o tornozelo e a coxa, com a entorse de tornozelo sendo a mais específica ocorrida. Já nos membros superiores, o ombro e o cotovelo foram as articulações mais acometidas, com a epicondilite lateral sendo a mais prevalente.

Algo importante a se ressaltar é que a maioria das lesões em membros inferiores é de característica aguda e mais frequente, enquanto as em membros superiores são de caráter crônico com menor incidência.

Prevalência de lesões específicas no tênis

O backhand com duas mãos pode ajudar uma criança em relação à força e também evitar o temido Tennis Elbow (cotovelo de tenista), mas tênis não é força e sim técnica. O backhand com duas mãos, quando executado com os braços encolhidos junto ao tronco, pode sobrecarregar a coluna a ponto de provocar uma fratura por estresse. Portanto, cuidado.

OMBRO

Um estudo com atletas de alto rendimento entre 12 e 19 anos mostrou que a dor no ombro está presente em 24%, aumentando em até 50% dos praticantes quando chegam à meia idade, ou seja, um número bastante expressivo e preocupante. Quando consideramos todos os níveis de atletas, as lesões de ombro variam de 4% a 17%.

Essas mazelas normalmente ocorrem por uso repetitivo e podem estar relacionadas com o movimento anormal da escápula, chamada de discinesia escapular; lesões do manguito rotador, que é um conjunto de músculos que atuam como a principal estabilização do ombro; ou pelo chamado GIRD (Glenoumeral Internal Rotation Deficit), que é a diminuição ou déficit do movimento de rotação medial do ombro dominante em relação ao membro não dominante. Por isso é importante para os fisioterapeutas conhecer tais fatores de risco para um tratamento compatível com as lesões de ombro.

DOR LOMBAR

A dor lombar (lombalgia) é muito frequente em atletas ativos, atingindo até 85% de praticantes de forma aguda ou crônica, podendo afastar o praticante das quadras e de torneios.

As causas da dor lombar são inúmeras, mas, quando falamos de tênis, o saque parece ser um dos principais fatores, devido à sobrecarga da coluna de forma repetitiva. Estudos mostram que o serviço com topspin sobrecarrega mais a lombar em comparação ao com slice (underspin) e ao flat (sem efeito). Por isso, ensinar o topspin para atletas muito novos pode aumentar o risco de dor e lesões lombares, como a espondilólise (fratura por estresse de uma parte das vértebras) ou espondilolistese (escorregamento vertebral).

LESÕES MUSCULARES

Está entre as lesões musculares mais frequentes no tênis a da panturrilha, ou perna do tenista (tennis leg). Além dessas, as lesões dos músculos relacionados ao ombro, quadril e lombar também são frequentes.

EPICONDILITE LATERAL

A epicondilite lateral é uma das lesões mais comuns no tênis, caracterizada pela sobrecarga de tendões, principalmente em jogadores recreativos. Não há diferença entre gêneros, ou seja, homens e mulheres parecem ser acometidos na mesma proporção.

A incidência dessa lesão vai de 35% a 51% e, apesar de não estar cientificamente comprovado, acredita-se que ela ocorre em menor número de praticantes que realizam o backhand com as duas mãos, pois permite que a mão não dominante absorva mais impacto, diminuindo o risco de falhas mecânicas do punho.

Acredita-se que o uso de antivibradores diminuía a incidência de epicondilite lateral no tenista, no entanto, estudos não suportam essa hipótese. O que vem sendo associado a ela é a experiência do tenista, já que a prevalência é maior em praticantes menos experientes e que não possuem uma boa técnica.

QUADRIL

As lesões de quadril correspondem de 1% a 27% de todas as lesões em tenistas. Estudos reportam incidência de 0,8 por 1.000 exposições e prevalência de 1,3 lesão a cada 100 tenistas juvenis competitivos.

Uma pesquisa investigou o tamanho de músculos do quadril em tenistas profissionais e encontrou diferenças no trofismo (tamanho) deles quando comparado o lado dominante com o não dominante do atleta. Foi possível observar que o lado não dominante possui músculos com maior trofismo, e que isso pode levar a dores no quadril a partir de bursites e tendinites. Concluindo, tenistas estão mais susceptíveis a lesões no quadril não dominante em relação ao dominante.

Além disso, foi encontrada uma correlação entre jogadores de tênis e osteoartrite (doença progressiva e degenerativa de desgaste da cartilagem óssea, popularmente conhecida como artrose) de quadril. Um grande estudo verificou que ex-atletas de tênis possuíam 250% mais sinais de desgaste do quadril em relação a pessoas que não praticavam esportes.

JOELHO

As lesões de joelho são muito frequentes no meio esportivo em geral, e no tênis não é diferente. Estudos chegam até a reportar que lesões no ligamento colateral lateral (LCL) e do menisco medial são mais frequentes no tênis em comparação a outras modalidades. A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) também possui incidência relevante, com 10% a 13% de todas as lesões que ocorrem no joelho.

Além dessas mazelas, a dor patelofemoral (também conhecida como síndrome da dor patelofemoral – SDPF) e a tendinopatia patelar (doença do tendão patelar) são comuns em tenistas. Devido a essa alta incidência de lesões no joelho, diversos programas preventivos vêm sendo elaborados a fim de evitar que elas ocorram.

Existe grande polêmica em relação à participação no esporte e a osteoartrite de joelho. Enquanto alguns pesquisadores associam o esporte à degeneração precoce, outros afirmam que atividade moderada não está associada a essa doença.

FRATURA POR ESTRESSE

Essa lesão possui uma incidência de aproximadamente 13% em atletas de tênis, afetando em maior parte o navicular (osso do pé), vértebras, metatarsos (osso do pé) e a tíbia (osso do perna). Atletas com idade inferior a 18 anos foram mais atingidos em comparação aos adultos. Diversas são as causas e, dentre elas, o erro de gesto esportivo, erro de pegada na raquete e sobrecarga de treinamento estão como principais fatores causadores que precisam ser corrigidos.


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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Aprendendo a sacar com exercícios



VOCÊ JÁ PODE TER LIDO em algum lugar que um tenista é tão bom quanto seu segundo saque. Em um ponto decisivo, o bom sacador possui confiança necessária para soltar o braço no primeiro saque, pois sabe que o segundo, com bastante efeito e soltura também, vai dar conta do recado.

O saque é o golpe mais importante do jogo de tênis. Com ele, o tenista pode iniciar o ataque de cara ou, caso não tenha este fundamento bem desenvolvido, ser vitimado por uma resposta de saque avassaladora. Ainda assim, muitos tenistas não dedicam tempo adequado para aprendê-lo e aperfeiçoá-lo.

Antigamente o ensino do saque era feito por partes (Método Analítico). Hoje já se sabe que o movimento completo (Método Global) deve ser estimulado desde o princípio. Se quiser praticar algum ponto específico do saque (a pronação ou o lançamento, por exemplo), não deixe de voltar ao golpe completo na mesma aula ou sessão de treino.

Para começar, algumas informações importantes:

1. Como você já aprendeu no artigo anterior (edição 47), a habilidade de arremessar uma bola dá origem à habilidade de rebatê-la por cima da cabeça. Brincar de arremessar bolas (jogando handebol, queimada, ou futebol americano) e dardos (aquele do atletismo) é altamente recomendável.

2. O lançamento da bola para cima (toss, em Inglês) é a outra habilidade componente do saque. E brincar de malabarismos com bola usando as duas mãos - sem raquete - também é aconselhável.

3. A coordenação entre os dois braços deve ser estimulada desde o princípio, pois os dois movimentos estão intimamente relacionados. Não dá para separá- los. O ensino da empunhadura (Continental) pode ser realizado de maneira gradual.

4. Organizar atividades onde os praticantes trabalham em duplas é extremamente útil em todos os níveis: enquanto um arremessa, o outro recebe a bola; enquanto um saca, o outro pratica a resposta de saque.

VAMOS AOS

JOGOS! 5, 6, 7 anos: várias crianças podem brincar juntas em um grande circuito de "bola ao alvo" (arremessando bolas de tênis em arcos presos na cerca da quadra), "basquetebol maluco" (fazendo cestas de baixo para cima, lançando bolas de tênis em aros simples ou de basquete), "bolabola" (arremessando uma bola em outra, que é lançada pela própria criança, imitando o movimento do saque completo), "saque prá valer" (sacando com a raquete por cima da rede) etc.

FACILITANDO: comece cada estação com desafios possíveis e vá aumentando a distância, altura dos alvos, distância da rede para sacar, etc. Marque cada estação por tempo, sem valer pontos.

DIFICULTANDO: além de aumentar as distâncias, cada estação pode marcar pontos por tarefa cumprida (número de bolas arremessadas dento do arco, número de bolas lançadas de baixo para cima na cesta, número de bolas arremessadas uma na outra, número de saques por cima da rede, e assim por diante), preferencialmente por equipes.

DICA: tarefas em circuito podem não pegar na primeira tentativa, pois se perde certo tempo para explicar cada estação. Você pode dar uma tarefa/desafio por aula antes de reuni-las em um circuito.

#Q#

8, 9, 10 anos: um jogo campeão para estimular a pronação do arremesso por cima da cabeça é o tênis-rugby, que usa a sen-sa-cio-nal bola de futebol americano. Divida a classe em equipes de mesmo número, coloque cada time em um dos lados da quadra de tênis, disputando um game, com revanche, usando esta bola - obviamente sem raquete.

FACILITANDO: com apenas dois competidores, use apenas a área de um quadrado de saque de cada lado.

DIFICULTANDO: aumentar a área do jogo. Com equipes grandes, estabelecer um rodízio de posições para que todos tenham oportunidade de iniciar o ponto com um arremesso.

DICA: esta bola requer um pouco de prática antes de jogos deste tipo. Treine o arremesso com a bola de rugby primeiramente em duplas, em distâncias menores, para que todos pratiquem bem os atos de arremessar e receber. Nos bons arremessos, a bola vai "certinha", com uma das pontas na direção pretendida.

10, 11, 12 anos: a criança já deve conseguir controlar direção e profundidade em seus saques. Aprender a sacar o segundo também é importante, já pensando que ela deve completar seu aprendizado técnico por volta dos 12, 13 anos. Dependendo da habilidade de saque que você precisa trabalhar com a criança, pode-se colocar alvos no quadrado de serviço, que valem pontos "bônus" ao longo da partida. Exemplos: marque com fita crepe ou desenhe uma linha no saibro, paralela e distante um palmo para dentro do quadrado de saque (para treinar profundidade); coloque duas tampinhas de tubos de bolas delimitando "gols" no canto esquerdo ou direito do quadrado de saque (para praticar direção); amarre um elástico de um lado a outro acima da rede (para treinar efeito e altura). Se durante a partida os jogadores acertarem os alvos, marcam o ponto "bônus".

FACILITANDO: use áreas maiores para os alvos, coloque o elástico mais perto da altura da rede.

DIFICULTANDO: diminua a área alvo, aumente a altura do elástico, dê apenas uma chance para cada jogador sacar.

DICA: a esta altura, você deve ter percebido que qualquer drill pode virar um jogo!

13 anos em diante: jogar várias partidas curtas. Por exemplo, tie-breaks até sete pontos, com apenas uma bola para sacar, estimulam o jovem a se acostumar com a emoção de sacar bem nos pontos importantes. Ah, e não dá para sacar bem sem praticar... O norte-americano Pete Sampras sacava com alvos cerca de 100 bolas por dia. Os dividendos apareceram: ele era capaz de sair do 0/40 com três aces, realizando um movimento simples de saque, sem "cacoetes" desnecessários. Federer segue a mesma trilha. Sacar é um movimento que só depende de você e dominar este fundamento é irado! Pratique hoje mesmo.


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domingo, 4 de agosto de 2013

Relação do preparador físico com outros profissionais no Tênis


A conduta específica do preparador físico refere-se a sua integração e
colaboração para com os demais especialistas da comissão técnica. Uma
equipe interdisciplinar esportiva pode se compor de um número
ilimitado de profissionais, entre os principais componentes podemos
citar: o médico desportivo, fisioterapeuta, fisiologista, psicólogo,
biomecânico, massagista e estatístico. O quesito relevante a ser
citado é que o fator que determina uma boa comissão técnica não é a
quantidade de profissionais aglomerados, e sim, a qualidade dos mesmos
em interpretar e correlacionar-se na solução dos diferentes problemas.

Nossa abordagem ficará restrita a três importantes contextos de
relação, a saber: técnico-preparador físico, médico-preparador físico
e fisioterapeuta-preparador físico.

A) Relação técnico-preparador físico

O técnico de tênis normalmente é considerado pelos demais membros da
equipe como um coordenador das ações principais a serem tomadas para o
desenvolvimento das habilidades motoras do atleta.

O preparador físico inserido neste contexto deve aproximar-se das
ações desenvolvidas pelo técnico e auxiliá-lo nos casos em que a
evolução técnica do atleta fica dependente da condição física. Deve
discutir e analisar com o técnico o aparato motor e criar condições de
treino físico que propiciem uma evolução na característica técnica dos
tenistas.

B) Relação médico-preparador físico

O médico é um membro de fundamental importância para com o bom
andamento das condições de saúde dos atletas. Participa efetivamente
contribuindo para com a prevenção, diagnóstico e prescrição do
tratamento a ser executado para as mais diversas lesões apresentadas.

O preparador físico deve se dirigir constantemente ao médico
desportivo para buscar informações inerentes às causas das lesões
apresentadas pelos atletas e traçar estratégias de prevenção. A
elaboração de fichas individuais com o tipo e quantidade de lesões
sofridas pelos atletas durante a temporada transforma-se em um
instrumento de trabalho para controle preventivo durante a confecção
dos programas de condicionamento físico.

C) Relação fisioterapeuta-preparador físico

O fisioterapeuta, assim como o médico desportivo, direciona seu foco
de atenção às condições de saúde dos tenistas. A responsabilidade do
fisioterapeuta na maioria das vezes fica a cargo de coordenar o
andamento do processo de reabilitação dos atletas.

O fisioterapeuta transmite ao preparador físico os dados em relação ao
comportamento do atleta durante as fases da reabilitação. Após a
liberação médica contribui com o preparador físico para elucidação de
situações típicas pós-reabilitação, tais como: manifestações de algia,
re-assimilação motora das ações, prevenção de desequilíbrios
musculares acentuados e melhoria na amplitude de movimento(ADM).
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sábado, 3 de agosto de 2013

Tenista acerta bolada em juiz de linha e acaba desclassificada em Washington



Olga Puchkova tênis reclamação (Foto: AFP)

A tenista Olga Puchkova teve seu dia de fúria na última quinta-feira durante a partida contra Paula Ormaechea pelo WTA de Washington, nos Estados Unidos. Irritada porque perdia o set decisivo por 4/1, a russa número 88 do mundo acertou uma bolada em um dos juízes de linha e foi desclassificada da competição por apresentar conduta antidesportiva. Ela havia vencido o primeiro set por 6/3 e perdido o segundo pelo mesmo placar.

Após o golpe, o fiscal de linha levou a mão na perna esquerda e precisou de atendimento médico. Em seguida, o juiz da partida desclassificou Puchkova e deu a vitória para a argentina Ormaechea, 79ª do ranking, que foi às quartas de final da competição.

Após o incidente, a russa se desculpou oficialmente pelo ocorrido e afirmou que não conseguiu ver o trajeto da bolinha. Apesar de a justificativa ter sido aceita pela supervisão da WTA, Puchkova foi mesmo desclassificada.

Assista à bolada de Olga Puchkova em um dos juízes de linha em Washington



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Nadal faz treinamento intenso na piscina com bela paisagem de fundo,


nadal treino piscina (Foto: Reprodução / Facebook)

Rafael Nadal não joga desde Wimbledon, quando foi eliminado surpreendentemente na primeira rodada, mas está se preparando bastante para as próximas competições que irá disputar na temporada.

Com os Masters 1.000 de Montreal e de Cincinnati e o US Open pela frente, em agosto, o espanhol treina em Mallorca, na Espanha, de variadas maneiras.

Nesta segunda-feira, o número 4 do mundo postou uma foto em que aparece em atividade de explosão dentro de uma piscina, diante de uma bela paisagem espanhola.



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