Falando especificamente do Treinamento Funcional (TF), tem como objetivo exercitar o aparelho locomotor através de movimentos a fim de torná-lo mais eficiente. Diferente dos meios de treino da força convencionais, que se limitam a exercícios unipolares em planos estáveis, o TF trabalha o movimento de forma multi-articular e multi-planar em superfícies estáticas ou que desafiam o equilíbrio (instáveis).
O desafio é um fator para optar pelo funcional, pois utilizando os novos equipamentos para a prática, o treinador eleva o nível dos tenistas rapidamente, com a utilização do desafio ideal e diário e com as progressões (notas de desempenho).
Particularidades do treinamento funcional em tenistas competitivos
Ao iniciarmos a prescrição de um programa de TF voltado para o tênis de campo é preciso compreender as suas ações motoras.
O gestual motor dos membros superiores de tenistas foi exposto por Vretaros (2004): golpe de direita (forehand), golpe de esquerda (backhand), smash ou voleio e saque. Quanto aos membros inferiores, suas manifestações são expressas nas constantes mudanças de direção, paradas bruscas e saídas rápidas. Segundo Vretaros (2008), a força rápida se faz presente predominantemente na atividade motora de tenistas competitivos.
É consenso que o tênis de campo é uma modalidade esportiva unilateral e que o tronco desempenha um papel relevante nas ações dos tenistas (Skorodumova, 1999).
Os movimentos rotacionais no tronco dos tenistas tem sido estudado por Knudson & Blackwell (2000). A atividade eletromiográfica dos músculos reto abdominal, oblíquo externo e eretor espinhal foram analisados em dois tipos de técnicas do golpe de direita. Os autores constatam uma grande contribuição do tronco nas ações dos tenistas. Maquirriain & Ghisi (2006) relatam um caso de um tenista de elite com lesão no tronco: foi afetado o músculo oblíquo interno durante a execução do golpe de esquerda (backhand). Além disso, os pesquisadores reportam que lesões no reto abdominal é comum em tenistas competitivos.
Cook et al (1997) alegam que os treinadores tem se utilizado de exercícios como levantamento terra, bom-dia, extensões na cadeira romana e abdominais com rotações para treinar o tronco. São considerados exercícios não específicos para determinadas modalidades de esporte. O TF poderia agregar transferências de força usados nos exercícios para a função específica da atividade.
Em uma revisão de literatura sobre o papel do treinamento do core em tenistas competitivos, Samson & Sandrey (2007) chamam a atenção para o fato de que o tênis de campo não é uma atividade unidimensional. Os planos multidirecionais na ação tenística citados: anterior, posterior, medial, lateral, ântero-medial, ântero-lateral, póstero-lateral, e direções póstero-medial.
Conforme exposto, os exercícios do TF para tenistas deveriam ser realizados em três planos: vertical, horizontal e diagonal, ou seja, triplanar.
Outro detalhe importante é que os trabalhos de pernas dos tenistas (footwork), com suas constantes mudanças de direção acabam afetando o equilíbrio (estático, dinâmico e recuperado) do jogador (Dantas, 2003; Magill, 2011). No TF o equilíbrio é solicitado nas suas respectivas variações.
rogressão pedagógica no TF para tenistas competitivos
Fase | Exercícios |
1 | Dominar o controle do core |
2 | Movimentos estáticos e lentos em superfície estável |
3 | Postura estática em superfície instável e movimento dinâmico em ambiente estável |
4 | Movimentos dinâmicos em ambiente instável |
5 | Movimentos de força dinâmica em ambiente instável |
Samson & Sandrey (2007)
Quanto aos efeitos do TF no programa de preparação física nos tenistas, Fernandez-Fernandez et al (2013) realizaram um treino de seis semanas com exercícios do core, banda elástica e medicine ball. Concluíram que a combinação de exercícios concentrando-se nos grupos musculares primários e estabilizadores envolvidos nos padrões de movimentos específicos ocasionaram melhorias significativas na velocidade do saque (p=0,0001).
O tênis de campo competitivo é uma modalidade que exige velocidade, força explosiva, agilidade e resistência aeróbia em conjunto com a capacidade de antecipar e reagir rapidamente. Neste aspecto, Barber-Westin et al (2010) demonstraram que seis semanas de TF envolvendo pliometria, treino de força (membros superiores e inferiores), core e flexibilidade foi eficaz para atingir melhorias nos índices neuromusculares testados.
Com ajuda daqui (referencias inclusive!)
DICAS PARA PROFISSIONAIS:
TÊNIS CAMPEÃO: 200 EXERCÍCIOS DESCRITOS EM VÍDEOS PARA TREINO
Manual para Professor de Tênis de Quadra
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