Crise no tênis espanhol






por José Nilton Dalcim

A Espanha continua uma das grandes forças do tênis masculino e, apesar de não ter mais nomes fortes no ranking feminino, ainda produz jogadoras em quantidade significativa. Mas o tênis espanhol está em crise, segundo artigo publicado pelo jornal 'Marca', que reproduzo abaixo de forma resumida:

"A crise econômica que golpeia a Espanha está afetando diretamente o tênis e principalmente um dos pontos mais delicados: a estrutura dos torneios de base, que são tão importantes para os jogadores mais jovens.

O calendário de torneios de nível ITF, os futures e challengers femininos, vinha se mantendo nos últimos anos, mas viu uma queda vertiginosa em 2012, que é alarmante. Em 2009, existiam 68 torneios de base, que subiram para 69 na temporada seguida e chegaram a 72 em 2011. Mas nesta temporada, perdeu quase a metade, caindo para 46, ou seja, apenas 64% do calendário anterior.

A recessão afeta em maior grau os torneios femininos. Os ITF para os rapazes cairam de 39 para 29, mas os das meninas foram de 33 para 17. A premiação diminuiu ainda mais. No ano passado, os campeonatos femininos totalizavam 397 mil euros e desta vez não passaram de 165 mil, que são menos da metade. Isso quer dizer que os torneios que conseguiram se manter tiveram de reduzir a premiação.

Entre os que deixaram de ser promovidos, estão alguns muito tradicionais, como o de Monzón, sem falar a perda do WTA de Marbella (que foi vendido para o Brasil). Comunidades como Castilla y León, Canarias, Extremadura e Aragón ficaram sem torneios. Regiões importantes estão mais vazias: Madri caiu de 14 para sete e a Catalunha, de 20 para 13.

Os motivos principais são a retração da publicidade, reflexo direto da crise econômica generalizada, e a redução drástica dos recursos oficiais, em todos os níveis, já que muitos desses campeonatos contavam com fundamental apoio municipal. A Federação, por sua vez, tem sentido uma progressiva queda de arrecadação.

Boa parte da arrancada do tênis espanhol nas últimas duas década teve como pilar o calendário amplo, que permitiu aos tenistas nacionais ganharem experiência e pontos no ranking dentro de casa. É de capital importância que esta estrutura não desapareça".

Aliás, a premissa serve muito para nós.




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