Vamos mostrar como fazer cada tipo de devolução, com bloqueios, slices, respostas ofensivas e variadas. Além disso, explicamos os apoios e as técnicas de "jump shot" e "power step", que podem ser usadas e aprimoradas.
DEVOLUÇÕES DE BLOQUEIO – Como vimos na edição anterior, a devolução de saque bloqueando a bola é a mais indicada para devolver saques rápidos, especialmente os chapados, contra jogadores de fundo de quadra. Como a devolução em forma de bloqueio não gera potência, mas, sim, aproveita a velocidade da bola do sacador, ir para trás não é uma boa opção, pois você aumenta a quadra e precisa gerar força para que a bola passe a rede. Ao invés disso, ao ir para frente você aproveita melhor a força do saque e fecha mais os ângulos laterais.
Empunhadura – preferencialmente a Continental, bem neutra, facilita a devolução em bloqueio dos dois lados.
Swing – a preparação do golpe é bem curta, como um voleio.
Contato – sempre à frente do corpo, o mais cedo possível.
Terminação – o movimento, como o nome do tipo de devolução indica (bloqueio) é curta, travada e firme.
Execução – inicie com a posição inicial que lhe for mais conveniente. Observe o toss do sacador. Se estiver em cima da cabeça, isso confirma um saque flat e aí você inicia o processo pré-definido de bloquear o saque. Sendo assim, realize o split step defensivo para frente (fechando os ângulos) e utilize os apoios neutros (ou seja, perna esquerda em diagonal para frente para a devolução de direita e o contrário para o outro lado (veja mais detalhes no tópico: Apoios). O apoio neutro é o que melhor centraliza a força do corpo nesta situação. Um bom alvo para a resposta em bloqueio é o centro da quadra, o mais profundo possível. Como vimos no mês anterior, evite as paralelas neste tipo de devolução para não abrir ângulos para o primeiro golpe do adversário, que sempre será de ataque após um primeiro saque chapado.
DEVOLUÇÕES DE SLICE – Muito indicada para devoluções de backhand, especialmente em quadras rápidas em que as bolas sobem menos ao quicar no chão. É uma excelente opção contra jogadores de saque-e-voleio, pois abaixa a bola. Mas também funciona contra jogadores de fundo, principalmente se o seu objetivo for forçar seu adversário a iniciar o ponto de forma menos agressiva. É uma ótima opção para neutralizar a estratégia do saque quique aberto para dominar o ponto com a direita (mostrado na edição 54 pelo técnico Ricardo Acioly), já que um bom slice é uma bola difícil de atacar. Se seu nível é iniciante ou intermediário, este tipo de devolução vai ajudar muito a conseguir uma quebra de saque.
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Empunhadura – use a mesma que você sempre utiliza para seu slice.
Split – "leia" o lançamento de bola e posicione-se. Por exemplo, faça o split step ofensivo para frente contra tenistas de saque-e-voleio (para dar menos tempo e diminuir os ângulos) ou para fazer um chip and charge, e, contra os jogadores ofensivos de fundo, execute o ofensivo para trás e "rasgue" o slice de backhand.
Execução – aqui novamente o apoio neutro é o mais indicado (ou seja, perna direita em diagonal para frente). Gire o ombro para a esquerda e corte bem a bola.
DEVOLUÇÕES OFENSIVAS – Esta deveria ser a opção número um para a devolução de segundos serviços, principalmente no feminino. Ela é interessante para jogadores que possuem um bom "timing", ou seja, têm facilidade em acelerar a raquete ajustando-se rapidamente com a velocidade necessária e golpeiam a bola no ponto exato. Este tipo de resposta também é cada vez mais utilizada para devolver primeiros saques fortes, porém é uma estratégia assumidamente mais arriscada.
Execução – uma boa opção é fazer o adversário saber que será atacado, isso pressiona o sacador. Assim, as melhores opções de posição inicial são as ofensivas de direita e esquerda (explicadas na edição 55). Nas quadras rápidas, o split step ofensivo para frente é o mais indicado. No saibro, o split step ofensivo para trás é muito eficiente.
No primeiro caso, usa-se uma preparação mais curta. No segundo, o objetivo de ir para trás é ter tempo para realizar um movimento (swing) longo, para gerar potência na batida.
Nas quadras rápidas, com split step para dentro da quadra, as devoluções chapadas são a melhor opção. No saibro, por estar mais atrás da linha de fundo, um top spin bem acelerado, firme, ao estilo Guga, vai muito bem.
Aqui, o apoio de pernas é o que você usa em seus golpes mais agressivos, seja "open stance" (aberto) ou neutro. O golpe pode sair melhor se for executado com "semi open" (semi-aberto). Porém, devido às variações de velocidade e efeito, o "open stance" resolve quase todos os problemas. Aliás, em todas as outras devoluções, este apoio pode ser a solução para o ajuste de tempo e distância (como no caso de bolas longe do corpo). Hoje ele é usado, inclusive, com backhands de uma mão.
DEVOLUÇÕES VARIADAS – Estas servem para surpreender ou anular ataques. Elas são: os "chip and charge" (retratados na edição número 51), os drop-shots (deixadinhas), os lobs e os spins altos.
As devoluções de "chip and charge", ou seja, respostas de slice seguidas de subida à rede (ou ainda, devoluções approach), pressionam e surpreendem.
As deixadinhas também surpreendem e servem para forçar os jogadores que possuem muita regularidade de fundo (ou então os agressivos de fundo) a sair de sua zona de conforto (a linha de base). Essa estratégia é pouco utilizada pelas mulheres, mas é muito eficiente no tênis feminino devido aos saques mais curtos e a velocidade de chegada.
O lob é uma opção que não deveria ser esquecida contra jogadores de saque-evoleio, principalmente os que chegam muito rápido perto da rede, tanto em jogos de simples como nas duplas. Nas duplas, contudo, a melhor opção é encobrir o parceiro do sacador, preferencialmente no primeiro saque, quando este deve estar mais próximo à rede. Para lobar o voleador no segundo saque, certifique-se de que ele não recuou muito. Neste caso, o lob tem que ser muito bom ou o seu parceiro será um alvo fácil.
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O spin alto (que muitos chamam de forma pejorativa de "balão") é uma importante opção técnica e estratégica, pois é eficiente para colocar o adversário para trás, neutralizando seus ataques e abrindo espaços. Como conseqüência, isso pode acarretar erros do oponente, ou bolas curtas, boas para ataques. Estes spins criam uma variação desconfortável para os adversários ofensivos e servem também para dificultar jogadas como deixadinhas depois do saque. Como Andre Agassi dizia: "as pessoas olham os balões e não sabem quão ofensivos eles podem ser..."
APOIOS – Quando tratamos das técnicas de devolução de saque conseqüentemente falamos sobre um detalhe muito importante, os apoios, ou seja, a posição das pernas para a execução dos golpes. Eles são: "open stance" ou apoio aberto, "semi open" ou semi-aberto e "neutral stance" ou posição neutra.
Os apoios estão diretamente ligados às empunhaduras usadas pelos tenistas. Por exemplo, jogadores que usam Western extremas fatalmente acabarão preferindo o apoio aberto. Já um tenista de estilo mais antigo, que pega com Continental, terá dificuldade se não utilizar um apoio neutro.
APOIO NEUTRO – Esta é a posição tradicional, a mais usada no passado. Nela, o tenista apóia o pé contrário ao lado da batida (esquerdo para direita e vice-versa) na frente do corpo, na maioria das vezes em diagonal com a rede.
APOIO ABERTO – O princípio do "open stance" é conseguir golpear a bola com apenas um giro de ombros, quadril e joelhos, produzindo uma batida mais rápida. Nele, você posiciona a perna do mesmo lado da batida na frente. Em teoria, este apoio parece simples, mas, na verdade, sua técnica é complexa.
APOIO SEMI-ABERTO – Este é o apoio "da moda". Associado ao aperfeiçoamento da empunhadura Western (a semi-Western), ele compõe o conjunto preferido pela maioria dos técnicos do mundo. A posição das pernas fica como em "L". com o pé de apoio ligeiramente aberto para fora, paralelo à linha de fundo (quase como "open stance") e o outro pé está perpendicular à rede. O ponto de contato com a bola é entre os dois joelhos.
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"POWER STEP" E "JUMP SHOT"
Além dos exagerados (mas extremamente eficientes para respostas de saque) "open stances", alguns detalhes técnicos foram desenvolvidos para ajudar o tenista a gerar potência dentro de algumas circunstâncias, particularidades e necessidades nas devoluções. Entre eles estão o "power step" e o "jump shot".
Power step – é um passo largo, quase um salto, em direção à bola. Usado pelos grandes devolvedores do tênis masculino e muito indicado (e cada vez mais utilizado) também pelas mulheres.
Execução – após o split step, inicia-se o movimento com apoio semi-aberto, com um giro do tronco, quadril e joelhos. Mas, ao contrário de bater fixo no chão, o jogador impulsiona a perna contrária – ou seja, a esquerda para a batida de direita e a direita para o golpe de esquerda – em um passo largo, vigoroso, gerador de potência, centralizando a força no sentido desejado. Isso deixa o corpo em um ângulo perfeito para devoluções ofensivas e bom para continuar o ponto.
Jump Shot – esta técnica ficou muito conhecida com o tenista chileno Marcelo Ríos. No início, o jump shot foi criticado e teve muita resistência de treinadores para ser aceito como uma opção técnica. Muitos o consideravam uma "firula". Porém, ele é bastante trabalhado e ensinado atualmente. Trata-se de um recurso que exige muito do físico, requer impulsão, força de explosão e boa coordenação de movimentos. Da mesma forma que saltar para bater os smashes é difícil e eficiente, os jump shots também o são e servem para nivelar o corpo em bolas altas como saques com efeito quique, balões ou para winners.
Execução – O jogador inicia o salto com a perna do mesmo lado da batida (direita para o forehand e esquerda para o backhand). Ela sobe flexionada e, no momento do golpe, chuta o ar para trás, gerando força para a rotação do tronco. Pratique-o e devolva melhor os saques "quiques" altos, batendo firme e nivelado com a bola.
DICAS PARA PROFISSIONAIS:
TÊNIS CAMPEÃO: 200 EXERCÍCIOS DESCRITOS EM VÍDEOS PARA TREINO
Manual para Professor de Tênis de Quadra
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