Em dia de pouca novidade, Federer se destaca sem jogar





Caíram dois cabeças e um grande sacador. Rafael Nadal e Andy Murray passearam, Tomas Berdych assombrou pela consistência e Andy Roddick fez valer sua vivência na grama. Um dia totalmente morno em Wimbledon, que viu a chuva dar um novo susto nos organizadores. E no meio de tudo isso, o assunto do dia acaba sendo mesmo a entrevista de Roger Federer ao diário espanhol Marca, tão bem reproduzida por TenisBrasil, onde o suíço enfatiza seu desejo de continuar no circuito após os Jogos Olímpicos de 2012.

Sinceramente, tenho minhas dúvidas. Não de sua competência, mas de sua vontade. Federer deixa claro que continuará nas quadras enquanto tiver prazer e capacidade de competir com os melhores. O que me parece ser coisas interdependentes. A felicidade em se manter no circuito está diretamente relacionada com vitórias, títulos, grandes jogos, atuações históricas nos Grand Slam. Isso exige treino, muito treino. As novas gerações estão mais fortes, mais rápidas, mais ávidas por conquistas. Começam mais cedo e assim ficam experiente bem antes. Estão aí Nadal, Djokovic, Murray, Monfils, Troicki, Gasquet. Verdadeiros garotos com enorme bagagem.

Não está nada fácil competir com essa juventude toda e Federer precisará jogar quase sempre o seu 100%, como fez na semifinal de Roland Garros, para ter chance de brilhar. De qualquer forma, é ótimo saber que o suíço não tem plano de aposentadoria e continua curtindo muito o tênis. Eu só posso agradecer.

Enquanto isso, Nadal deslisa e desfila pela Quadra Central. Gostei particularmente de uma frase sua na entrevista pós-Sweeting: "Hoje em dia, meu adversário não é apenas o cara do outro lado da quadra, mas eu próprio, porque tenho de estar bem a cada torneio, a cada partida, para vencer". Ele se livrou de Milos Raonic e pega o também canhoto Gilles Muller, único homem a derrotá-lo em Wimbledon, além de Federer, desde 2005. Não vejo a menor chance.

Mas é claro que fica a frustração por não ver o duelo entre Nadal e Raonic. Pior ainda é saber que a contusão do garoto canadense pode ser séria e tirá-lo da quadra por semanas. Justamente agora que o circuito voltará para o piso sintético norte-americano, onde ele se mostrou muito à vontade e poderia facilmente arrumar seu lugar no top 20.

No dia em que Stanislas Wawrinka decepcionou, Fernando Verdasco se manteve no inferno astral e Ivo Karlovic mostrou que não é mais o mesmo, curioso o duelo entre Olivier Rochus, 1,67m, contra Juan Martin del Potro, 31 centímetros maior. Em que pese os 14 aces e outros 13 winners do argentino contra meros oito, não houve quebras e o belga usou sua conhecida habilidade para levar o primeiro set. A disparidade na força do saque é notável: Delpo sacou a 210 km/h, Rochus chegou no máximo a 177.

Por fim, vale indicar que a terceira rodada dessa parte superior da chave marca outros três jogos que valem ser vistos: Murray x Ljubicic, Fish x Haase e López x Roddick.

Entre as meninas, a rodada só teve mesmo emoção no duelo de 70 anos entre Venus Williams e Kimiko Date. Essa japonesa é caso para ser estudado: raça, qualidade, velocidade, resistência. Ganhou a torcida e deu outra mostra de longevidade no circuito feminino, cada vez mais dominado pelas adolescentes.

A quinta-feira - Alguns jogos bem interessantes, mas os favoritos não devem perder sets. Soderling x Hewitt e Nalbandian x Haider-Maurer podem ir a cinco sets. O australiano é osso duro, o austríaco saca como um louco. Isner e Almagro mostrarão estilos antagônicos e poderemos ver claramente se essa grama está mesmo tão lenta assim.


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