Lindell, o 'carioca sueco', integra projeto da CBT





Guga chegou de NYe foi direto para a coletiva
(João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)

Quando Gustavo Kuerten chegou, às pressas após o atraso de seu voo vindo de Nova York, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Jorge Lacerda, já havia feito as honras. Nesta quinta-feira, em São Paulo, ainda sem a presença do tricampeão de Roland Garros, o dirigente revelou os 15 nomes do projeto que entidade tocará ao lado do ex-tenista e do técnico Larri Passos. Entre eles, a surpresa: Christian Lindell, o "carioca sueco", que já havia sido convocado para disputar a Copa Davis pelo país europeu e chegou a entrar em quadra com as cores de sua segunda nacionalidade, pela Copa do Mundo.

O presidente da CBT revelou que as conversas com o pai do jovem tenista foram longas. Ao ver a seriedade do projeto, Lindell resolveu ouvir os pedidos de Guga e Larri e deixar a cidadania europeia de lado para defender o país de origem. A base do projeto será em Camboriú (SC), onde Larri mantém seu centro de treinamento. Os tenistas escolhidos, no entanto, não precisarão deixar seus técnicos atuais de lado – no Brasil, Lindell treina com Ricardo Acioly, assim como João Souza, o Feijão, outro nome da lista divulgada nesta quinta.

- Ele fez a escolha certa, sempre foi o país que ele mais se identificou. Até porque, o seu maior avanço profissional foi no Brasil. Ele e o Tiago (Fernandes, outro nome escolhido) também são muito amigos. A ligação dele com o Brasil é muito grande – disse Larri sobre a jovem promessa, de 19 anos e atual 311º do mundo.

Principal mentor do projeto, o treinador chegou a chorar durante a coletiva ao lembrar das dificuldades que passou nos últimos anos na tentativa solitária de descobrir novos talentos nas quadras. Agora, com o suporte financeiro do Ministério do Esporte, que aprovou o incentivo de R$ 2 milhões (mais precisamente R$ 2.018.865,30, além de R$ 750 mil do patrocínio privado dos Correios), espera fazer crescer definitivamente a modalidade no país.

- Muitas vezes alguns tenistas acabaram bloqueados por falta de condições. Eu já venho me emocionando com o projeto já há bastante tempo. Por isso, chorei na coletiva. É a primeira vez na história que acontece no Brasil um projeto assim e Guga traz muita credibilidade. Antigamente no país tinha muita ação e pouca execução. Agora, algo sendo feito. Se eu consegui formar um número 1 do mundo sem recursos, imagina agora - disse Larri, que vai liderar o grupo de cinco técnicos do projeto e que espera abrir a porta para novos tenistas.

Tênis - Guga e Larri Passos (Foto: João Gabriel Rodrigues/Globoesporte.com)

Maior chamariz do projeto, Guga afirma que seu papel será muito mais interno do que no treinamento dos jovens escolhidos. Ainda assim, se ofereceu até mesmo para ser "sparring" (quem ajuda no treino) dos tenistas.

- Não seria tão mal para eles, né, um sparring assim?Eu estou meio velhinho, mas ainda dou canseira (risos). [...] O meu papel é muito mais interno. É observar, trazer mais gente para o projeto. Tento auxiliar dessa forma, tenho know how. Ser reconhecido nacionalmente está sendo fundamental. as pessoas me escutam. Às vezes, estão até receosas, mas dizem que podemos contar com o apoio delas. Tenho certeza de que o Jorge (presidente da CBT) não conseguiria reunir todo mundo que estou juntando agora. Eles me veem como um amigo - afirmou o ex-tenista.

Tênis - Guga e Larri Passos (Foto: João Gabriel Rodrigues/Globoesporte.com)

Larri explicou que os escolhidos não precisarão estar em seu Centro de Treinamento em tempo integral. Para ele, o projeto dará um suporte muito maior no planejamento do que no treino do tenista.

- Os nomes que já treinam com algum outro treinador no Brasil, vão continuar. Não muda nada. Alguns nomes vão participar em Camboriú. Eu não acho que a diferença no projeto seja o meu treinamento. É a rotina do jogador. Passar uma semana antes concentrado no local, junto com o grupo, é muito importante. Todo mundo acha que precisa centralizar. Eu não acho. Não vai mudar muita coisa na parte de treinamento. O mais importante é o calendário. Vai ser bom para se programar seis meses antes. Antes, não dava para fazer isso. Muitas vezes, o jogador me ligava e dizia que o cartão de crédito tinha estourado e que não poderia viajar para alguma competição. Eu dizia, vamos lá e dava o número do meu cartão para a agência. Temos de dar condições para esses jogadores.
 

Confira os 15 escolhidos:

João Souza (Feijão)
Christian Lindell
Thiago Monteiro
João Sorgi
Silas Cerqueira
Orlando Luz
Ana Clara Duarte
Teliana Pereira
João Walendowsky
Rogério Dutra Silva (Rogerinho)
Tiago Fernandes
Guilherme Clezar
Bruno Santana
Beatriz Maia
Ingrid Martins




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