Tenistas reclamam de jogos em quadras escorregadias no US Open





A quarta-feira não foi nada boa para o US Open. Fãs saíram sem ver jogos, e a organização se vê diante de uma programação ainda mais atrasada. Para completar, os tenistas que iniciaram suas partidas e jogaram por 15 minutos saíram de quadra reclamando. Foi o caso de Rafael Nadal, Andy Murray e Andy Roddick, que se reuniram com o árbitro-geral Brian Earley pouco depois de terem suas partidas suspensas.

Andy Murray tênis US Open oitavas chuva (Foto: Getty Images)

O trio se queixou de quadras escorregadias. Por volta das 12h30m (locais), quando as partidas começaram, ainda caía uma garoa bem fina em Flushing Meadows e a superfície de jogo não estava completamente enxuta. O tom da reclamação dos tenistas foi um só: pedir mais consideração com a integridade física dos atletas.

- O fundo de quadra estava pesado, as bolas muito molhadas também. Até os boleiros notaram. Falei com Ferrer voltando da quadra. Ele dizia a mesma coisa. Ainda estava chovendo quando ele entrou em quadra. É perigoso. Os jogadores querem jogar, mas é perigoso. Eu mencionei para o Rafa, Andy (Roddick) chegou e todo mundo concordou - disse Andy Murray, que enfrentava Donald Young na Grandstand.

Na hora da interrupção, depois de três games disputados, Murray sacava em 1/2. No Estádio Arthur Ashe, Nadal perdeu os três games para o luxemburguês Gilles Muller. O atual campeão do US Open também foi bem incisivo em suas reclamações.

- A integridade dos jogadores faz parte do show. Não nos sentimos protegidos. Estamos aqui trabalhando duro. Queremos no sentir bem quando jogamos um torneio. Não podemos aceitar as coisas que já aconteceram muitas vezes em torneios. Temos que estar juntos. É a única maneira de mudar a situação. Queremos ter o poder de dizer não queremos entrar na quadra quando está chovendo. Se mandarem eu entrar, tenho que entrar. Mas não é justo - bradou.

David Ferrer tênis US Open oitavas chuva (Foto: Reuters)

No Estádio Louis Armstrong, Roddick sacava em 3/1 contra David Ferrer quando a partida foi interrompida. O árbitro brasileiro Carlos Bernardes desceu da cadeira, conferiu as linhas, que estavam escorregadias, e pediu que os jogadores esperassem. A chuva engrossou, e logo americano e espanhol voltavam para os vestiários.

Djokovic pede teto retrátil no futuro

Enquanto o US Open esperava para recolocar em quadra as partidas válidas pelas oitavas de final, o sérvio Novak Djokovic, já classificado para as quartas, esperava no vestiário. Entretanto, sua partida contra o compatriota Janko Tipsarevic foi cancelada no começo da tarde. O atual número 1 do mundo engrossou o coro dos colegas.

- Concordo com os jogadores e acho que a saúde dos jogadores deve ser mais considerada. Neste tipo de situação, todos sabemos o lado business e que muitas pessoas compraram ingressos para vir e nos ver jogar. Todos queríamos jogar tênis hoje. Por isso, estamos aqui. Mas em alguns casos a saúde deve ser prioridade. Um torneio com este, um dos quatro maiores do mundo, com um dos maiores lucros do esporte, deve realmente considerar o teto no futuro - ressaltou.

Quando as queixas vieram a público, pouco depois da reunião entre Nadal, Roddick e Murray com o diretor de arbitragem Brian Earley, o US Open divulgou um comunicado explicando e defendendo sua posição.

"Temos árbitros experientes e eles decidem se as quadras estão aptas para jogo. As condições podem não ser ideais, mas podem ser seguras. Entretanto, se um ou mais jogadores sentem que as condições não são seguras, nós os ouvimos, como sempre fizemos, e os árbitros usam essa informação como parte de seu julgamento na hora de decidir parar ou dar sequência a uma partida".


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